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Tchau, de Lygia Bojunga


Oi, gente!

Hoje eu estava ajeitando minha estante e encontrei numa prateleira, bem no alto, três livros: TCHAU, A CORDA BAMBA e O SOFÁ ESTAMPADO, todos de Lygia Bojunga.

Nossa! Quanto tempo não trabalho com essas obras, a última vez foi em 2010. Por esse motivo, decidi que nas próximas semanas, postarei sequências didáticas sobre elas. Quem sabe assim, outros professores, assim como eu, sintam-se motivados a tirar esses livros da autora do alto da estante e a trabalhar com seus alunos estas obras que, para mim, são verdadeiras preciosidades. Começarei por Tchau.


Tchau é um livro de contos, composto por quatro narrativas: "Tchau", "O bife e a pipoca", 'a troca e a tarefa"e "Lá no mar". Nesses contos, Lygia trata de temas, como paixão, amizade, ciúme e a necessidade da criação artística.

O conto que nomeia essa coletânea é, para mim, ainda mais belo e tanto quanto denso, já que uma criança, a Rebeca, escuta da própria mãe um desabafo a respeito da paixão que ela sente por um outro homem. A menina, que na hora brincava na praia de fazer castelo de areia, vê sua vida desmoronando, como se a onda levasse o que ela construíra. Nessa hora, é nítida a troca de papéis, a mãe, como uma adolescente apaixonada, relata para a filha o que sente quando está perto de seu namorado grego. E a filha, assumindo papel de mãe, ouve tudo placidamente.

À noite, Rebeca escuta uma batida de porta do quarto dos pais e choros abafados da mãe no sofá da sala. A menina vai ver o que está acontecendo, mas, assim que percebe que o pai se dirige a esse local, esconde-se atrás do sofá e de lá ouve a voz do pai, cheia de raiva, de mágoa, uma voz nunca ouvida antes por ela. O pai dizia à mãe que quem tinha de chorar era ele, já que ele estava sendo deixado; e ela estava abandonando os filhos por um homem, que não queria as crianças.

No dia seguinte, a menina encontra o pai em um botequim, cercado por copos de cerveja. Ela, percebendo o sofrimento e a fragilidade do pai, promete a ele que não deixará a mãe partir.

Entretanto, um táxi buzina em frente à sua casa, a mãe abraça a filha e Rebeca sente a dor desse abraço. A menina, para cumprir o que prometera ao pai, puxa a mala da mão da mãe, mas nada adianta. Mais tarde, o pai chega em casa e encontra o seguinte bilhete:


Pelo bilhete, fica claro que Rebeca é só uma criança, forçada a ser um porto-seguro, sofrendo com a separação dos pais. É um barco sozinho na imensidão do mar.

Indico esta obra para adultos e crianças; a sequência didática, para o 5o. e 6o anos.

Acesse-a aqui.

Grande beijo!

Regiane Magalhães Boainain

#Tchau #LygiaBojunga

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