Na berma de nenhuma estrada
O padrão metafórico acolhido pelo conto "Na berma de nenhuma estrada", de Mia Couto, editora Companhia das letras, molda a prosa poética com tamanho lirismo que a essência da personagem principal vai se projetando no leitor em forma de abandono.
Sabemos que a estrada é um lugar inóspido e de mera passagem, mas a personagem principal escolhe vagar pelas beiras de nenhuma estrada para recolher os seus abandonos e, nesse processo, gritar por sua libertação. O leitor se sente acolhido por essa jornada a nenhum lugar por meio de alguma ou nenhuma estrada, pois ele sabe que está vinculado a uma experiência humana de percorrer os trajetos que há em si.

COUTO, Mia. Na berma de nenhuma estrada e outros contos. Companhia das Letras: São Paulo, 2015.
#MiaCouto #Nabermadenenhumaestrada #editoracompanhiadasletras #literaturaafricana