A Bruxa e o Espantalho
Aos amantes do céu, dedico esta humilde análise.
Não sei ao certo quando comecei a me apaixonar pelo céu, mas agora entendo melhor que o divino está acima de nós, tentando se aproximar para que busquemos novas formas de interiorizá- lo. O livro “A Bruxa e o Espantalho”, de Gabriel Pacheco, editora Jujuba, ajudou- me nessa reflexão. Trata-se de uma obra de arte, não só pelo primor da ilustração, mas pela poesia inscrita nos mistérios que permeiam as nossas noites.

Trata- se de um livro silencioso, sem palavras, mas com muitas vozes traduzindo a maestria poética desta linda história. Nela, temos uma bruxinha banida de seu bando por não ter uma vassoura.

Um pássaro a acompanha, durante toda a experiência, como um fio condutor de seu trajeto e como uma espécie de mensageiro. Então, os caminhos dela se entrelaçam com os de um espantalho, que sempre se colocava a olhar a imensidão daquele céu.

O livro traz tons escuros, de penumbra, remetendo- nos à ideia do mistério que há escondido em nossas mais profundas experiências de amar. O vento é um personagem interessante, pois é por meio dele que os desejos se tornam realidade. Ele é tão presente que parece que o livro vai sair voando junto com a bruxinha.
Há um jogo de opostos revelado pelas imagens do voar e ser livre, propagados pela imagem da bruxa e do pássaro, com a imagem do espantalho, que está preso à sua condição.
Quando senti em meus olhos e em meu ser a maravilha desta obra, imaginei que o amor reside em nossa competência de dar condições ao outro de exercer aquilo o que há de melhor dentro dele. Basta olhar pro céu e esperar.
Karina Fávaro.
Eu.
Uma amante do céu.
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